Coimbra . Primeira Capital de Portugal

Coimbra . First Capital of Portugal

Pormenor do túmulo de D. Afonso Henriques, Mosteiro de Santa Cruz (créditos: CMC) Detail of king Afonso Henriques tomb, Monastery of Santa Cruz (credits: CMC)
Pormenor do túmulo de D. Afonso Henriques, Mosteiro de Santa Cruz (créditos: CMC) Detail of king Afonso Henriques tomb, Monastery of Santa Cruz (credits: CMC)

Autenticando a sua importância na fundação da nacionalidade portuguesa, Coimbra foi a cidade escolhida, por D. Afonso Henriques, no século XII, para Capital do Reino. Nela se fundaram vários mosteiros e conventos que, sob a proteção régia, construíram as suas casas religiosas em ambas as margens do rio Mondego

A situação estratégica da urbe e as suas imponentes muralhas foram fatores favoráveis à política de reconquista do território. Da cidade partiam as expedições militares em direção ao Sul, dominado pelos muçulmanos. A defesa de Coimbra foi consolidada com a edificação de uma rede de castelos que protegia a cidade a Sul e a Oeste, como por exemplo Leiria, Soure, Rabaçal, Alvorge e Ansião.

Asserting its significance in the establishment of Portuguese nationality, Coimbra was the city selected by king Afonso Henriques in the 12th century to be the Capital of the Kingdom. Within it, several monasteries and convents were founded, which, under royal protection, erected their religious abodes on both banks of the Mondego River

The strategic location of the city and its imposing walls were favourable factors in the policy of reconquering the territory. Military expeditions to the South, which was dominated by Muslims, originated from the city. The defence of Coimbra was further solidified with the construction of a network of castles that protected the city to the South and West, such as Leiria, Soure, Rabaçal, Alvorge, and Ansião.


Guitarra de Coimbra doada por Carlos Paredes ao Município de Coimbra (créditos: CMC) Coimbra guitar donated by Carlos Paredes to the Municipality of Coimbra (credits: CMC)
Guitarra de Coimbra doada por Carlos Paredes ao Município de Coimbra (créditos: CMC) Coimbra guitar donated by Carlos Paredes to the Municipality of Coimbra (credits: CMC)

E, contudo, Coimbra é uma linda cidade, cheia de significado nacional. Bem-talhada, vistosa, favoravelmente entre Lisboa e Porto, a primeira, marítima, a segunda, telúrica, uma a puxar para fora e outra a puxar para dentro, ela representa uma neutralidade vigilante, fazendo a osmose do espírito que parte com o corpo que fica. (...)

Mais do que razões sociais, foram razões geográficas que a fadaram. Uma terra de suaves colinas, de verdes campos, banhada por um rio 130 plano, sem cachões, a meio de Portugal, tinha necessariamente de ser o centro espiritual, universitário, da pequena pátria lusa. Sim, Coimbra é uma linda cidade, cheia de sentido nacional. Não há nenhuma mais bela no país, e muito do que a Pátria fez de bom e de mau fê-lo aqui, ou teve aqui a sua génese.

(TORGA, Miguel – Portugal, 1950, p.9)

Ai flores, ai flores do verde pino,

se sabedes novas do meu amigo!

Ai Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,

se sabedes novas do meu amado!

Ai Deus, e u é? (…)

E eu ben vos digo que é viv e sano

e seerá vosc ant o prazo passado:

Ai Deus, e u é?

(Ai flores ai flores do verde pino, cantiga de amigo da autoria do rei D. Dinis)


Coimbra é uma lição

De sonho e tradição

O lente é uma canção

E a lua a faculdade

O livro é uma mulher

Só passa quem souber

E aprende-se a dizer saudade

Coimbra do choupal

Ainda és capital

Do amor em Portugal, ainda

Coimbra onde uma vez

Com lágrimas se fez

Uma história dessa Inês tão linda

Coimbra das canções

Tão meiga que nos pões

Os nossos corações, à luz

Coimbra dos doutores

Pra nós os teus cantores

A fonte dos amores és tu

(Amália Rodrigues: Coimbra)


Ó Coimbra do mondego

E dos amores que eu lá tive

Quem te não viu anda cego

Quem te não amar não vive

Quem te não viu anda cego

Quem te não amar não vive

Do choupal até à lapa

Foi Coimbra os meus amores

A sombra da minha capa

Deu no chão, abriu em flores.

(José Afonso: Saudades de Coimbra)




Módulo sob os Auspícios da Câmara Municipal de Coimbra . Module under the Auspices of the Coimbra Municipality