Património . Heritage

Catedral de Santa Maria de Coimbra (Sé Velha)

Assim que a sede de bispado é transferida de Conímbriga para Æminium ter-se-á construído um templo. Todavia a única prova física que nos atesta a existência de tal género de edifício, data de 1117 – data inscrita na pedra de sagração da igreja.

O edifício atual data da segunda metade do século XII, com projeto do francês Mestre Roberto seguindo a segunda fase do estilo românico coimbrão. O exterior é robusto, simétrico, com escassas aberturas e coroamento de ameias com um portal decorado sob clara influência islâmica. Ainda no exterior há que referir a "Porta Especiosa", do mestre João de Ruão, com uma elegante decoração renascentista.

No interior, destaque especial para o retábulo da capela-mor, em gótico flamejante, executado pelos escultores flamengos Olivier de Gand e Jean d'Ypres. De mencionar ainda o claustro, iniciado em 1218, a primeira experiência gótica em Portugal.

Numa casa próxima da Sé, podemos ver um painel de azulejos que recorda que "nesta casa viveu o trovador da liberdade José Afonso (o Zeca)", músico, notável intérprete da canção de Coimbra e, provavelmente, o cantor de intervenção mais conhecido do século XX em Portugal.

Nas festas e tradições Académicas, a Sé Velha é símbolo de um dos momentos mais importantes no percurso de qualquer estudante de Coimbra. É na escadaria desta igreja que se realiza, todos os anos, a emblemática Serenata Monumental que marca o início da Queima das Fitas. Nessa noite, ao soarem as 12 badaladas, os estudantes, trajados, alinham num coro de silêncio para escutar o Fado. Para uns, a primeira vez que trajam de negro, marca o início de uma longa caminhada; para outros é hora da despedida e de levar com eles todas as vivências e aprendizagens que a cidade lhes proporcionou.


Santa Maria of Coimbra Cathedral (Old Cathedral)

As soon as the bishopric seat was transferred from Conímbriga to Æminium, a temple is said to have been built. However, the only physical evidence confirming the existence of such a building dates back to 1117, as inscribed on the consecration stone of the church.

The current building dates from the second half of the 12th century, with a design by the French Master Robert following the second phase of the Coimbra Romanesque style. The exterior is robust, symmetrical, with few openings, and features battlement crowning with a portal adorned with clear Islamic influence. Notable on the exterior is the 'Porta Especiosa,' created by Master João de Ruão, with elegant Renaissance decoration.

Inside, special mention goes to the altarpiece in the chancel, executed in flamboyant Gothic style by Flemish sculptors Olivier de Gand and Jean d'Ypres. Also worth noting is the cloister, initiated in 1218, Portugal's first Gothic experiment.

In a house near the Cathedral, you can see a tile panel commemorating that 'José Afonso (Zeca), the troubadour of liberty, lived in this house.' He was a musician, a notable interpreter of Coimbra's songs, and probably the best-known protest singer of the 20th century in Portugal.

In the Academic festivals and traditions, the Old Cathedral is a symbol of one of the most important moments in the journey of any Coimbra student. It is on the steps of this church that the emblematic Monumental Serenade takes place every year, marking the beginning of the 'Queima das Fitas.' On that night, as the clock strikes twelve, students dressed in their traditional attire gather in a chorus of silence to listen to the Fado. For some, it's the first time they wear black, marking the start of a long journey, while for others, it's a moment of farewell, taking with them all the experiences and learning the city has provided.


Mosteiro de Santa Cruz – Panteão Nacional

Fundado, em 1131, com a aprovação e incentivo de D. Afonso Henriques, para a Ordem de Santo Agostinho, foi a casa conventual com mais influência na cidade, tendo contribuído para o desenvolvimento cultural, económico e político do País. Da época românica pouco resta, uma vez que, no século XVI, foram executadas grandes reformas e obras de restauro e alargamento da casa monástica, promovidas pelos reis D. Manuel I e D. João III. O grande destaque destas reformas cai inteiramente nos túmulos reais. Até à data os fundadores do reino encontravam-se em campa rasa no nártex da igreja românica. Após o alargamento da igreja, com a construção de uma nova capela-mor, foi dada a dignidade merecida através da encomenda dos túmulos reais, a Nicolau de Chanterene. As arcas tumulares, colocadas frente a frente, são enquadradas por retábulos pétreos, marcadamente do gótico final, mas onde a decoração manuelina impera e a renascentista começa a querer evidenciar-se. Em 2003 a igreja é reconhecida como Panteão Nacional.

O Mosteiro de Santa Cruz, durante os primeiros tempos da nacionalidade, foi um importante centro de estudos teológicos nacional e internacional, reconhecido pela sua vasta biblioteca e pelo seu scriptorium, onde os crúzios, se dedicavam à cópia de livros. Foram muitas as figuras que aqui estudaram; exemplo disso foram, Santo António, o poeta Luís de Camões, entre outros.


Monastery of Santa Cruz – National Pantheon

Founded in 1131 with the approval and encouragement of prince Afonso Henriques for the Order of Saint Augustine, this conventual house held the most influence in the city, contributing to the cultural, economic, and political development of the country. Little remains from the Romanesque period, as significant reforms and restoration works were carried out in the 16th century, sponsored by kings Manuel I and João III, which expanded the monastery. The primary highlight of these reforms lies in the royal tombs. Until then, the founders of the kingdom were buried in simple graves in the narthex of the Romanesque church. After the church was expanded, with the construction of a new chancel, the royal tombs were commissioned to Nicolau Chanterene, granting them the deserved dignity. The tombs, placed facing each other, are framed by stone altarpieces, predominantly in the late Gothic style but adorned with Manueline and emerging Renaissance decoration. In 2003, the church was recognized as a National Pantheon.

During the early days of the nation, the Monastery of Santa Cruz was an important center for national and international theological studies, renowned for its extensive library and scriptorium, where the monks dedicated themselves to copying books. Many notable figures studied here, including Saint Anthony and the poet Luís de Camões, among others.


Portugal dos Pequenitos

Idealizado pelo médico e professor Bissaya Barreto e projetado pelo arquiteto Cassiano Branco, o Portugal dos Pequenitos, abriu ao público a 8 de junho de 1940. É uma das obras inserida num vasto plano de proteção à Criança que incluía assistência médica, sanitária, educativa e social, levado a cabo na região centro litoral do país, seguindo métodos educativos modernos.

É o mais antigo parque temático português, composto por seis grandes temas: Casas Regionais (representação das casas tradicionais das diferentes regiões de Portugal); Portugal Monumental (onde são reproduzidos os monumentos mais significativos de Portugal); Cidade de Coimbra (especial destaque para a cidade e sua história); Portugal Insular (com reprodução de monumentos da Madeira e dos Açores) e os Países de Expressão Portuguesa, antigos territórios coloniais (onde são representadas as antigas casas tradicionais e elementos etnográficos dos antigos territórios coloniais). Tratava-se de um complemento ao projeto educativo, que estabelecia uma rede de jardins de infância e cujo objetivo era que, no parque, as crianças apreendessem a brincar, fora do edifício escolar, em interação com "a realidade". É um local onde o espaço e tempo são comprimidos a dimensões que podem ser apreendidas por todos, em especial pelas crianças e que produz em todos uma certa noção de encantamento.

Portugal for the Little Ones

Conceived by the physician and professor Bissaya Barreto and designed by the architect Cassiano Branco, Portugal for the Little Ones opened to the public on June 8, 1940. It is one of the projects within a broad child welfare plan that included medical, health, educational, and social assistance, implemented in the coastal central region of the country, following modern educational methods.

It is the oldest Portuguese theme park, consisting of six main themes: Regional Houses (representing traditional houses from different regions of Portugal); Monumental Portugal (where the most significant monuments of Portugal are reproduced); City of Coimbra (with a special focus on the city and its history); Island Portugal (featuring reproductions of monuments from Madeira and the Azores); and the Portuguese-Speaking Countries, former colonial territories (where traditional houses and ethnographic elements from the former colonial territories are represented). It was a complement to the educational project that established a network of kindergartens, and its aim was for children to learn through play, outside the school building, interacting with "reality" in the park. It is a place where space and time are compressed to dimensions that can be grasped by everyone, especially children, and it produces a certain sense of enchantment in all who visit.


Penedo da Saudade

Local romântico que representa o espírito e a singularidade da vivência na cidade de Coimbra, tradicionalmente ligado aos amores de D. Pedro e D. Inês de Castro, dado que, segundo a lenda, terá sido neste local que D. Pedro ter-se-á refugiado para chorar a morte da sua amada. Inicialmente um simples miradouro, conhecido por Pedra dos Ventos, é apenas no séc. XVI que passa a ser conhecido pela atual designação.

Por entre a vegetação, pequenos lagos e cascatas, existem lápides com poemas que relembram os tempos estudantis de vários elementos da academia, destacando-se o Retiro dos Poetas e a Sala dos Cursos, bem como os bustos do escritor Eça de Queirós e do poeta António Nobre e a estátua do pedagogo João de Deus.


Penedo da Saudade

A romantic spot that embodies the spirit and uniqueness of life in the city of Coimbra, traditionally associated with the love story of prince Pedro and Inês de Castro. According to legend, it was in this place that Pedro sought refuge to mourn the death of his beloved. Initially a simple viewpoint known as "Pedra dos Ventos" (Stone of the Winds), it was only in the 16th century that it became known by its current name.

Amidst the vegetation, small lakes, and waterfalls, there are plaques with poems that recall the student days of various members of the academic community. Notable features include the "Retiro dos Poetas" (Poets' Retreat) and the "Sala dos Cursos" (Courses Room), as well as busts of the writer Eça de Queirós and the poet António Nobre, and a statue of the pedagogue João de Deus.


Museu Nacional de Machado de Castro

Fundado em 1911, o Museu Nacional Machado de Castro abriu ao público, em outubro de 1913, tendo sido elevado à categoria de Museu Nacional, em 1965, dada a qualidade e importância das suas coleções.

O museu ocupa o antigo Paço Episcopal construído sobre o Criptopórtico do fórum de Æminium, que constitui a mais significativa obra romana, datada do século I, em território nacional, da autoria de Caiuos Servius Lupo.

Entre os séculos XII-XVIII foram erguidos e remodelados os vários edifícios para residência episcopal. Das inúmeras reestruturações, destacam-se os vestígios do claustro românico do período "Condal" (c. 1100-1140) pertencente à igreja colegiada de São João de Almedina, a sua clássica e harmoniosa "Loggia" dos finais do séc. XVI e por fim a renovada Igreja de São João de Almedina em finais do século XVII inícios do século XVIII.

Já neste século foi alvo de um arrojado projeto de requalificação e ampliação de espaços, da autoria do arquiteto Gonçalo Byrne. O nome do museu homenageia um dos maiores vultos da escultura nacional, Joaquim Machado de Castro (1731-1822) que nasceu nos arredores de Coimbra e foi escultor régio durante os reinados de D. José I, D. Maria e de D. João VI. Entre a sua vasta coleção, o museu alberga o Tesouro da Rainha Santa Isabel, consorte de D. Dinis, composto por joias, pedras preciosas, cálices, e outras peças que pertenceram a Isabel de Aragão.


Machado de Castro National Museum

Founded in 1911, the Machado de Castro National Museum opened to the public in October 1913 and was elevated to the status of a National Museum in 1965 due to the quality and importance of its collections.

The museum is housed in the former Episcopal Palace built atop the Cryptoporticus of the Æminium forum, which is the most significant Roman work dating from the 1st century in the country, authored by Caiuos Servius Lupo.

Between the 12th and 18th centuries, various buildings were erected and remodelled for episcopal residence. Among the numerous renovations, highlights include the remnants of the Romanesque cloister from the "Condal" period (circa 1100-1140) belonging to the collegiate church of São João of Almedina, its classic and harmonious "Loggia" from the late 16th century, and finally the renovated Church of São João of Almedina in the late 17th and early 18th centuries.

In this century, it underwent a bold project of redevelopment and expansion designed by the architect Gonçalo Byrne. The museum's name pays tribute to one of the greatest figures in national sculpture, Joaquim Machado de Castro (1731-1822), who was born in the outskirts of Coimbra and served as a royal sculptor during the reigns of king José I, queen Maria I, and king João VI. Among its vast collection, the museum houses the Treasure of Holy Queen Elizabeth, consort of king Dinis, composed of jewellery, precious stones, chalices, and other pieces that belonged to Elizabeth of Aragon.

Fonte: https://www.cm-coimbra.pt/areas/visitar/conhecer-coimbra


Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

Fundado em 1283, por D. Mor Dias, uma fidalga de Coimbra, o Mosteiro de Santa Clara seria, inicialmente, um conjunto modesto, composto por uma pequena igreja, claustro e dormitório. Todavia, as obras iniciais foram embargadas pelos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, que não viam com bons olhos a fundação de uma nova casa monástica e moveram uma demanda com vista à extinção deste cenóbio. Anos mais tarde, em 1314, D. Isabel de Aragão, futura Rainha Santa Isabel, interessou-se pela refundação do mosteiro, mandando construir novos edifícios dos quais se destacam o claustro e a igreja, sagrada em 1330. No entanto, as frequentes inundações provocadas pelo rio Mondego levaram a constantes alterações arquitetónicas nos edifícios monásticos, até ao seu abandono definitivo em meados do século XVII. Depois de quase 300 anos submerso no rio, o complexo monástico foi resgatado das águas do Mondego e as suas ruínas são hoje parte integrante do Centro Interpretativo do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha.


Monastery of Santa Clara-a-Velha

Founded in 1283 by Dona Mor Dias, a noblewoman from Coimbra, the Monastery of Santa Clara was initially a modest complex, consisting of a small church, cloister and dormitory. However, the initial works were stopped by the Canons Regular of Saint Augustine, who did not look favourably on the foundation of a new monastic house and filed a lawsuit with the intent of extinguishing this monastery. Years later, in 1314, the queen of Portugal, Elizabeth of Aragon, future Holy Queen Elizabeth, became interested in rebuilding the monastery, ordering the construction of new buildings, of which the cloister and the church, consecrated in 1330, stand out. However, the frequent floods caused by the Mondego River led to constant architectural changes in the monastic buildings, until their final abandonment in the mid-17th century. After almost 300 years submerged in the river, the monastic complex was rescued from the waters of the Mondego and its ruins are now an integral part of the Interpretative Center of the Monastery of Santa Clara-a-Velha.


Convento de São Francisco

Em 1247, os franciscanos deixaram os Olivais para se irem estabelecer no amplo Convento de S. Francisco, na margem esquerda do Rio Mondego. Situado junto à atual Ponte de Santa Clara, o nome do antigo Convento perdurou na memória como São Francisco da Ponte. A subida do leito do Mondego, responsável por sucessivas inundações e assoreamentos, obrigou os frades a construir um novo edifício num local mais seguro, no sopé da colina de Santa Clara. Os franciscanos instalam-se no novo Convento em 1609, que perdurou até à extinção das Ordens Religiosas, no século XIX. Tendo sido comprado em hasta pública e convertido em fábrica de lanifícios, é desde os finais do século XX propriedade da Câmara Municipal de Coimbra que, mantendo o possível do que restava da traça original, o transformou no maior centro cultural e de congressos da Região Centro de Portugal.


Convent of São Francisco

In 1247, the Franciscans left Olivais to settle in the large Convent of São Francisco, on the left bank of the Mondego River. Located next to the current Santa Clara bridge, the name of the old Convent lingered in the memory as São Francisco da Ponte. The rise of the Mondego riverbed, responsible for successive floods and silting, forced the friars to build a new building in a safer location, at the foot of Santa Clara Hill. The Franciscans settled in the new Convent in 1609, which lasted until the extinction of the Religious Orders, in the 19th century. Having been bought at a public auction and converted into a wool factory, the convent has been owned by the Coimbra City Council since the end of the 20th century, which, by keeping what was left of the original architecture as possible, transformed it into the largest cultural and congress center in the Central Region of Portugal.

Créditos (CMC)


Módulo sob os Auspícios da Câmara Municipal de Coimbra . Module under the Auspices of the Coimbra Municipality